Você conhece o termo "Lua de Leite"?Aposto que enquanto você estava grávida, ninguém te contou sobre muita coisa sobre a nova rotina que você teria que viver, não é mesmo?Se te contaram, foi algo sob o ponto de vista prático, como a temperatura da água para o banho do bebê, como limpar o umbigo do recém nascido, quando trocar a fralda, etc.Mas a vida com um bebê em casa vai muito além disto. São muitas novas demandas físicas e emocionais.Como toda novidade, a gente precisa de um tempo para se adaptar. Quando casamos, ficamos em lua de mel, um período de conhecimento mútuo.Da mesma forma, existe a lua de Leite, que é o tempo de que mãe e bebê necessitam para se conhecerem, se adaptarem à nova vida e fortalecerem os vínculos.Com o puerpério a vida fica de cabeça para baixo. Imaginem ainda, além de todas as mudanças por conta do novo ser que chegou à família, ter de lidar com afazeres domésticos, recepcionar visitas que querem conhecer o bebê, manter a casa arrumada e mostrar-se minimamente apresentável?
A melhor dica para este período do puerpério é a mãe se afastar das tarefas e obrigações do dia a dia e tentar viver dias de muito contato pele a pele com o bebê. É quase como uma lua de mel, mas, nesse caso, os protagonistas são a mãe e o bebê.Mas não apenas eles dois. O pai e irmãos mais velhos, também estão vivendo as mudanças na rotina. É um tempo para que a família crie vínculo com o novo membro e se acostume com seus novos papéis.
Nesse momento, que ao mesmo tempo é desafiante e apaixonante, o grande obstáculo é lidar com as mais variadas emoções, já que a mulher vive um momento de grandes alterações hormonais, combinadas com privação de sono e preocupações que podem desencadear alterações de humor.
Abandonar o relógio e diminuir o contato com o exterior ajuda a viver plenamente essa fase tão delicada e especial. O aleitamento é facilitado pela liberação de ocitocina natural por conta do contato pele a pele com o bebê e pela boa produção do leite, em razão da livre demanda. A restrição do mundo externo (leia-se “palpiteiros de plantão”) assegura confiança à mãe, permitindo-lhe um terno início da relação mãe-bebê.
Procurar por uma rede de apoio, consultando uma doula pós-parto ou uma educadora perinatal ajuda muito a superar essa fase. Por meio dessa rede, é possível esclarecer dúvidas, ter acompanhamento com os primeiros cuidados com o bebê, com a recuperação do parto e com a amamentação. O suporte informativo, físico e emocional propicia restabelecimento e bem estar à mãe, lembrando que mamãe saudável e tranquila é sinônimo de bebê feliz!
Fonte: Revista Crescer
Fotos: Fabiribeiro Fotografia